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LIBERTA-ME DESTE POSTIGO

Escrito em 18 de março de 2021

LIBERTA-ME DESTE POSTIGO

Pedes, com o olhar de um cão vadio em dor:

- “Liberta-me!”

E dizes, em sorriso doce e sereno:

“- Não tem de ser já. Mas tem de ser agora.”

 

Lamento dizer-te,

que a minha liberdade é um vírus de contágio rápido e avassalador.

 

Mas, uma vez que já tiveste a morte de um grande amor,

talvez o resistas, e sejamos felizes para sempre.

 

Vou buscar a chave do cadeado forjada no meu corpo,

e encontramo-nos no postigo.

 

CARMENCITA

(Texto publicado no Livro Antalogia da Liberdade da Chiado Editores e escrito durante o estado de emergência COVID)